A polícia paquistanesa retirou a acusação de blasfémia contra um menino de oito anos, membro de uma família hindu, depois da comunicação social e do governo terem feito pressão sobre a detenção. O menino era o paquistanês mais jovem de sempre a ser acusado daquele crime, que pode levar à pena de morte.
A criança foi acusada depois de ter urinado no tapete da biblioteca de uma madraça [escola religiosa muçulmana], onde estão guardados livros religiosos, em julho.
Sublinhe-se que os hindus são uma minoria da população no Paquistão. Embora a maioria dos muçulmanos e hindus convivam pacificamente, nos últimos anos têm aumentado os ataques a templos hindus.
Por exemplo, a saída da criança da prisão, sob fiança, levou ao ataque de um templo hindu por uma multidão muçulmana, no distrito conservador de Rahim Yar Khan, em Punjab. Várias pessoas hindus tiveram que fugir de suas casas.
Um representante do primeiro-ministro, Tahir Mehmood Ashrafi, esclareceu ao Guardian que "as minorias são cidadãos iguais aos outros" e que os ataques "a locais de fé" foram causados por "pessoas ignorantes". "O nosso Islão não permite que se ataquem locais de veneração", disse,
Ashrafi acrescentou, também, que "as acusações contra a criança não tinha fundamento nenhum" e que os agentes da polícia que o acusaram foram detidos.