A secretária-geral da CGTP faz um balanço positivo da manifestação nacional deste sábado, em Lisboa, e considera que a enchente na Avenida da Liberdade "tem se ser um sinal para o Governo".
"Foi uma grandiosa manifestação, em que os trabalhadores de todo país, de todos os setores de atividade mostraram que, de facto, não baixam os braços, não aceitam o que nos querem impor, não aceitam este modelo de baixos salários, de precariedade, de horários longos e desregulados, de desinvestimento no nosso país, na nossa indústria, na nossa produção nacional", afirmou Isabel Camarinha, em declarações à TVI24 no final da ação de protesto.
"Tem de ser um sinal para o Governo, para o patronato de que têm de dar resposta às reivindicações dos trabalhadores, que é preciso aumentar os salários, que este modelo não pode continuar e não garante o desenvolvimento do nosso país", afirmou.
A CGTP reivindica um aumento de 90 euros para todos os trabalhadores e a fixação de 850 euros para o salário mínimo nacional a curto prazo como forma de fomentar o crescimento económico.
Cerca de 20 mil manifestantes, vindos de todo o país, partiram do Marquês de Pombal pelas 15h00 em direção à praça dos Restauradores, sob o lema "Avançar é Preciso! Aumento geral dos salários -- 35 horas para todos -- erradicar a precariedade -- Defender a contratação coletiva.
A par dos manifestantes de Lisboa, juntaram-se mais de 50 autocarros e dois comboios, provenientes do Porto, além dos que se deslocaram em transporte próprio.
A CGTP marcou este protesto por considerar "urgente dar resposta às reivindicações dos trabalhadores, do setor público e do privado, resolvendo os problemas estruturais do mundo do trabalho - há muito identificados -, e cuja resolução se tem arrastado ao longo dos anos - baixos salários, precariedade, desregulação dos horários, normas gravosas da legislação laboral, entre outros".
Segundo a central sindical, a situação atual "exige a adoção de uma política que valorize o trabalho e os trabalhadores, nomeadamente com o aumento geral dos salários e das pensões, a valorização das carreiras e profissões, a erradicação da precariedade, as 35 horas para todos sem redução de salário e o combate à desregulação dos horários, a revogação das normas gravosas da legislação laboral".