De acordo com a mesma fonte, não houve uma votação, mas "a pronúncia" da maioria dos membros da direção por listas próprias do PSD.
Desta forma, o Conselho Nacional do PSD, que se irá reunir a partir das 21:00, já não irá votar qualquer coligação eleitoral, uma possibilidade prevista que estava contemplada na ordem de trabalhos.
No sábado, Rui Rio tinha afirmado publicamente que seria a direção a decidir se proporia ao Conselho Nacional que o PSD concorresse sozinho às eleições de 30 de janeiro a nível nacional ou coligado com o CDS-PP e, eventualmente, com o PPM.
Nessa altura, Rio escusou-se a avançar a sua posição pessoal, admitindo que existe divisão na direção sobre esta matéria, depois de na campanha para as diretas ter admitido em várias entrevistas ser "tendencialmente" favorável a listas conjuntas com o CDS-PP.
Na mesma ocasião, o presidente do PSD reiterou a sua defesa de um "recentramento" do PSD, considerando que é nesse espaço ideológico que as eleições legislativas se decidem, recusando encostar o partido à direita para disputar "meia dúzia de votos" ao CDS, Chega e Iniciativa Liberal.
Numa primeira reunião da CPN que abordou o tema, antes das diretas, a maioria dos membros manifestou-se contra uma coligação com os democratas-cristãos, mas não houve uma votação.
Assim, o Conselho Nacional 'apenas' terá na ordem de trabalhos a votação das listas completas de candidatos a deputados às legislativas, depois de hoje terem sido divulgados os cabeças de lista, uma escolha do presidente do partido.
Em entrevistas recentes, já depois de vencer as diretas ao eurodeputado Paulo Rangel, Rui Rio apontou "a competência e a lealdade" como critérios para a elaboração das listas.
As listas para os vários círculos serão votadas todas em conjunto e, segundo a secretaria-geral, de braço no ar, como é habitual.
Em 2019, quando mais de metade dos então deputados (55%) não entrou nas listas às legislativas, o Conselho Nacional aprovou-as com 74% de votos favoráveis (80 a favor, 18 contra e 10 abstenções).
O primeiro ponto da ordem de trabalhos do Conselho Nacional está relacionado com a covid-19: será votado um aditamento ao Regulamento do 39.º Congresso Nacional para habilitar a secretaria-geral a fazer ajustamentos à reunião magna em função da situação pandémica.
Em cima da mesa, explicou à Lusa fonte da secretaria-geral, estão medidas como uma eventual redução do número de observadores previstos e a avaliação se também os congressistas terão de juntar um teste negativo ao certificado digital, que será obrigatório para todos os que participarem no Congresso marcado para entre 17 e 19 de dezembro, em Lisboa.