Rio acusa diretor da PJ de "foguetório" na detenção de Rendeiro
15/12/2021 00:46 em Notícias

Em entrevista à RTP, Rui Rio foi instado a esclarecer o que quis dizer quando, no domingo, escreveu na rede social Twitter, um dia depois da detenção de Rendeiro na África do Sul: "O diretor da PJ deu uma conferência de imprensa de manhã. Depois esteve na RTP às 13h, na CMTV às 17h, na CNN às 19h e, exibindo o seu dom da ubiquidade, conseguiu estar às 20h, ao mesmo tempo, na SIC e na TVI. Pelos vistos, o azar de João Rendeiro foi haver eleições em janeiro".

Questionado se acredita que a Política Judiciária (PJ) foi mais ativa porque haverá eleições em 30 de janeiro e quis beneficiar o PS, Rio apelou à leitura da publicação "como um todo" e compreendendo a ironia que utilizou.

"Quem encontrou e quem deteve João Rendeiro? Foi a polícia sul-africana, o que as pessoas dizem que eu quis dizer é que a política sul africana esperou pelo momento certo porque havia eleições em Portugal em 30 de janeiro?" questionou.

O presidente do PSD afirmou que "a ironia e a crítica" que fez deveu-se ao facto de do diretor da Polícia Judiciária, "um cargo de nomeação do Governo, ter aproveitado o facto de a polícia sul-africana ter detido João Rendeiro para ir fazer um foguetório e beneficiar indiretamente o PS".

"Se não houvesse eleições à porta, o diretor da PJ tinha um comportamento normal, dava uma conferência de imprensa, quando muito uma entrevista. Quando João Rendeiro fugiu, andou de canal em canal a dar entrevistas?", questionou.

Já sobre as críticas implícitas do Presidente da República á sua publicação, Rio desvalorizou-as, considerando que Marcelo Rebelo de Sousa não a terá lido.

"Se eu tivesse dito o que a ele lhe disseram que eu disse, eu estaria de acordo... O Presidente da República o que disse estava certo, agora de certeza que não leu o meu 'tweet'", afirmou.

Questionado no domingo sobre a associação feita entre a detenção de João Rendeiro e a aproximação das eleições legislativas, Marcelo Rebelo de Sousa refutou e considerou que quem a faz não conhece o que é uma investigação criminal e as dificuldades que implica quando atravessa fronteiras e países.

"É não ter noção que implica tantas diligências e processos complicados envolvendo países que são soberanos e com as suas autoridades judiciárias e, portanto, não se faz de um momento para o outro", disse o chefe de Estado.

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