António Costa afirmou, esta quinta-feira à noite, após a reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, que foram discutidas as "medidas de coordenação interna de forma a controlar a pandemia", mantendo as 'regras' que tinham sido adotadas até agora em matéria de circulação externa.
O primeiro-ministro apontou ainda a recuperação económica robusta como um dos assuntos que foi discutido. Ao contrário do que aconteceu aquando da anterior crise financeira, onde "foram necessários 33 trimestres para recuperar o nível de emprego anterior à crise", já nesta crise da pandemia foram "necessários sete trimestres para recuperar o nível de emprego" anterior à pandemia, fez questão de salientar.
Já relativamente às questões da energia - não obstante todas as "preocupações" relativamente ao aumento dos preços -, devido a uma "divergência de fundo inultrapassável" não se chegou a consenso.
Isto porque "um conjunto de países insiste que se deve considerar a energia nuclear como uma energia importante para a transição climática e um a maioria significativa de países que recusa promover a energia nuclear como uma energia verde e segura", vincou o governante.
Outro ponto divergência é o "facto de alguns estados-membros entenderem que é necessário pôr termos às taxas de diminuição de carbono que têm sido um instrumento muito importante para induzir os investimentos necessários para apoiar a transição climática e a situação em Portugal é exemplar".
E Portugal é exemplo. Porque, "num contexto de subida da energia, temos uma redução da energia elétrica no mercado regulado e uma grande redução da tarifa de ligação à rede por parte da indústria o que só é possível graças ao facto de termos começado a investir cedo nas energias renováveis".
O primeiro-ministro apontou também que Christine Lagarde expôs isso mesmo apontando para o aumento da taxa de inflação de muitos países, um aumento que não é tão evidente em Portugal.
Agressões de militares da GNR a imigrantes?
Quando confrontado pelos jornalistas com as notícias que vieram esta quinta-feira a público acerca dos sete militares que agrediram e humilharam imigrantes em Odemira, o primeiro-ministro evitou o assunto afirmando que, estando em Bruxelas, não costuma "falar de questões internas".
"A única coisa que sei é que é um processo em curso por parte das autoridades judiciárias", apontou Costa acrescentando ainda que "um dos agentes foi objeto de ação disciplinar de expulsão e os restantes terão outras medidas sancionatórias.