"O nosso objetivo é muito simples: evitar um conflito armado no Leste da Europa, evitar um conflito armado na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. Estamos longe de considerar que esteja esgotada a via política e diplomática. Pelo contrário, está em curso e deve ser prosseguida", declarou Santos Silva, em declarações aos jornalistas após uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia, em Bruxelas.
Dominada pela situação de segurança no Leste da Europa, a relação com Ucrânia, "de apoio", e com a Rússia, "a evoluir negativamente desde 2014", a reunião dos 27 contou também com a participação, por videoconferência, do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, "muito importante para coordenar posições" e que "revelou bastante bem" a convergência de pontos de vista entre União Europeia e Estados Unidos, apontou o ministro.
Recordando os princípios da inviolabilidade das fronteiras, a soberania e a integridade territorial dos Estados, interdição do recurso à força, assim como o direito soberano de cada Estado escolher as suas próprias alianças e os seus próprios parceiros, o chefe da diplomacia portuguesa reiterou que "qualquer violação, por parte da Rússia, da soberania e da integridade territorial da Ucrânia terá uma consequência pesada, porque motivará uma resposta, no caso da UE uma resposta muito pesada em termos políticos e económicos".
"E nós estamos preparados para essa resposta caso seja necessária", disse, reafirmando, todavia, que o grande objetivo de todos é "evitar qualquer agressão" e desse modo uma "crise grave de segurança na Europa", pelo que é necessário trabalhar nos canais político e diplomáticos, mas também reforçando a capacidade de dissuasão.