António Costa, secretário-geral do PS, está, na tarde desta sexta-feira, último dia de contacto com a população antes do ato eleitoral de domingo, a descer o Chiado, em Lisboa, na tradicional arruada de fecho de campanha, onde afirmou o que diz ser a necessidade de votar no partido para "continuar a melhorar os rendimentos e continuar a levar o país para a frente".
Questionado acerca das sondagens que, no início, lhe davam uma margem maior para o PSD de Rui Rio do que atualmente, o primeiro-ministro fez questão de salientar que "no domingo é que vamos ver" os resultados.
Já sobre ter cessado de pedir a maioria absoluta, Costa foi taxativo: "É a vontade dos portugueses e temos que a respeitar. Devemos ter este diálogo com os portugueses e ver o que entendem que é o futuro".
"Neste momento, é o momento dos portugueses decidirem quem governa e como se governa. A nós o que nos compete dizer é que não temos nenhum programa escondido, não há nada na manga. O nosso programa é claro: continuar a subir os salários, baixar o IRS, combater a precariedade no trabalho e assegurar habitação acessível para as novas gerações", aprofundou.
Já sobre se irá começar a trabalhar numa solução de Governo logo na segunda-feira, caso vença as eleições legislativas antecipadas de dia 30, António Costa esquivou-se a responder: "No domingo à noite vamos ver quais são os resultados. Em função dos resultados, o Presidente da República designará a quem cabe a iniciativa de formar Governo e, em função disso, iremos trabalhar".
Mas será que vai ser o líder do partido mais votado? "O Presidente da República decidirá. O objetivo para o qual temos de trabalhar é dizer com clareza aos portugueses ao que vimos e em função disso, as pessoas poderem escolher".
"Connosco sabem: nós temos não só um programa como temos um Orçamento. Somos a única solução governativa que, em circunstância alguma, fica dependente da tolerância, ou da complacência, ou do favor ou dependente da extrema-direita. Há uma linha vermelha muito clara entre nós e a extrema-direita", fez questão de vincar António Costa.
Com o PS, assegurou, "não há extrema-direita que influencie, condicione ou da qual o Governo fique, de qualquer forma, dependente". Recorde-se que Rui Rio considerou, nesta manhã, que ao Partido Socialista "interessa que muitas pessoas votem no Chega".
"Quanto mais forte o Chega for, maior é a probabilidade de o Doutor António Costa continuar primeiro-ministro [...] É por isso que o Partido Socialista está sempre a falar no Chega e a dar-lhe uma grande importância. Porque ao PS interessa que muitas pessoas votem no Chega, para não permitir que o PSD ganhe as eleições", foram as palavras do líder social-democrata.