Marcelo Rebelo de Sousa afirmou esta terça-feira que a União Europeia está a tomar todas as medidas necessárias para travar Putin, mas, essas medidas não são instantâneas, em particular as medidas económicas.
"As medidas têm sido tomadas de acordo com a evolução da situação. Na União Europeia vai havendo um estudo e aplicação de medidas e essas medidas vão sucedendo. As pessoas têm de perceber que as medidas são tomadas no papel, depois é preciso executá-las, pô-las em prática, e medidas económicas e financeiras não são instantâneas, algumas são outras não, por exemplo o SWIFT previa-se um prazo de 10 dias que já passou praticamente. Tecnicamente não é fácil fazer a aplicação de um momento para o outro", explicou o Presidente da República à margem de uma iniciativa no antigo Museu dos Coches.
Marcelo Rebelo de Sousa disse compreender que "quem está no terreno de batalha queira medidas constantes com eficácia permanente", mas realçou o processo de "estudo e aplicação de medidas" leva o seu tempo.
"À medida que são tomadas, vai-se percebendo que são precisas mais, mas isto está a ser feito em cima da hora", acrescenta o chefe de Estado indicando que tudo está a ser feito consoante a evolução da situação, no entanto, alerta para a situação de contrarrelógio que se vive.
"Estamos uma corrida contrarrelógio mas tomar as medidas exige tempo", sublinhou afirmando que, por isso, o trabalho é contínuo e precisa de ser feito de forma adequada.
O chefe de Estado recordou ainda que "há medidas que não tiveram ainda o acordo dos 27 países da União Europeia", como a imposição de sanções à Rússia no setor energético: "Essas não tiveram, no todo ou em parte ou nalguns pormenores, acordo".
"No caso da energia, e noutros casos, é preciso mais tempo e mais ponderação. Por isso, é evidente que é uma situação que está a ser vivida hora a hora, minuto a minuto", acrescentou.
Sobre as declarações do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, de que as ameaças da Rússia não amedrontam nem intimidam Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "a posição da União Europeia, e Portugal alinha nessa posição, é de que o que é preciso ser feito é feito".
"Mal vai se, quando há uma questão de princípio e de convicções, e é preciso tomar certas medidas, se começa a duvidar, por causa dos problemas, por causa das reações que essas medidas suscitam. Portanto, a União Europeia, e bem, tem seguido o seu caminho sem estar a reagir ou a dar importância às reações relativamente àquilo que faz que a inibam de fazer isso. Se tem de fazer, tem de fazer", reforçou.
Recorde-se que o presidente russo Vladimir Putin lançou uma ofensiva militar contra a Ucrânia na madrugada de 24 de fevereiro sob pretexto de querer "desnazificar" a Ucrânia. O ataque foi veemente condenado pela generalidade da comunidade internacional que reagiu com fortes sanções à Rússia.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pede, no entanto, ao Ocidente que sejam tomadas ainda mais medidas para travar a invasão russa que continua a matar diariamente inocentes. A guerra conta já com 13 dias.