O ministro da defesa da Rússia anunciou, esta quinta-feira, que vão existir corredores humanitários todos os dias às 10h de Moscovo (9h em Kyiv), de acordo com a agência estatal Interfax.
Ainda não há informações sobre quais serão as rotas para a evacuação, mas a sua existência vai permitir que os civis que estão em cidades cercadas pelas tropas russas ou onde estão a haver ataques aéreos e terrestres possam sair em segurança.
A Rússia já tinha proposto à Ucrânia algo semelhante, em que as rotas terminariam na Bielorrússia, onde o primeiro-ministro é um aliado de Putin, ou na Rússia. O governo ucraniano rejeitou esta proposta, tendo considerado que era "imoral".
Segundo o ministro da Defesa anunciou hoje, cerca de 400 mil pessoas já conseguiram escapar a zonas de conflito com a existência de cessar-fogo em várias cidades.
Apesar de serem várias as cidades sob ataque das tropas russas, existe uma preocupação especial com Mariupol, cidade próxima da fronteira russa que esta quarta-feira sofreu um ataque a uma maternidade. Para além deste ataque, há escassez de alimentos e relatos de falta de abastecimento de água.
Segundo o New York Times, há pessoas que têm usado a neve da cidade para, derretida, conseguirem cozinhar, e há também relatos de cadáveres nas ruas. Nesta cidade, as pessoas terão sido, segundo a publicação, aconselhadas a enterrar os corpos ou, caso não tenham possibilidade de o fazer, deixá-los nas ruas com as mãos e pernas atadas e cobertas por algum pano.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 15.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.
Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje a morte de pelo menos 549 civis e 957 feridos.