O governo da Índia, maior fabricante mundial de vacinas, anunciou nesta terça, 19, que enviará a partir desta quarta-feira, 10, material para vacinas contra a covid-19 a seis países e que aguarda confirmação de autorizações regulatórias locais para mandá-lo também a outros três países. O Brasil não está na lista.
O governo brasileiro aguarda o envio de 2 milhões de doses de vacinas adquiridas da Universidade de Oxford e da empresa AstraZeneca, adquiridas pela Fiocruz, que foram produzidas na Índia. Na semana passada, um avião chegou a ser enviado para buscar o material, mas parou em Recife antes de cruzar o Atlântico, ante a falta de confirmação do governo indiano que as vacinas seriam entregues.
No comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Índia diz que está fornecendo o material para Butão, Maldivas, Bangladesh, Nepal, Mianmar e as Ilhas Seychelles. Os países onde os trâmites legais estão em andamento são Sri Lanka, Afeganistão e as Ilhas Maurício.
O texto informa ainda que, "em um esforço contínuo, a Índia continuará fornecendo vacinas a países em todo o mundo. Isso será calibrado em relação aos requisitos domésticos, à demanda e a obrigações internacionais", incluindo o material para a aliança global de vacinas, coordenada pela Organização Mundial de Vacinas. Novamente, nenhuma referência ao Brasil.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, foi ao Twitter comentar o envio dos imunizantes, dizendo que a Índia está "profundamente honrada" por ser parceira de longa data com os demais países do mundo na produção de imunizantes.
No Brasil, além do acordo da Fiocruz clínicas privadas de vacinação também têm acordo para comprar 5 milhões de doses da vacina da Bharat, tão logo esse imunizante obtenha registro definitivo junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).