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Portugal perde controle da pandemia, pressiona sistema de saúde e precisa de ajuda internacional
Notícias
Publicado em 01/02/2021

Apontado como um bom exemplo de gestão nos primeiros meses da pandemia, Portugal viu a situação sair totalmente de controle em janeiro. Com alta generalizada de novos casos, internações e mortes, além de um sistema de saúde próximo do limite, o mês acabou com um pedido de ajuda a outros países da União Europeia.

O descontrole do último mês se traduz em números. Janeiro concentrou mais de 42% dos contágios e quase 45% de todos os mortos por Covid-19 no país, que tem cerca de 10,1 milhão de habitantes. Foram 5.576 óbitos em 31 dias, contra 6.906 entre março e dezembro.


Nos últimos sete dias, o país tem o maior número mundial de novos casos diários por milhão de habitantes e está na vice-liderança das novas mortes por milhão de habitantes, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.


"É evidente que nós estamos no pior período da pandemia. Desde a mortalidade, até o número de internações e de novos casos. Não há nenhum indicador que não esteja, nestes últimos dias, nas suas piores condições", avalia o epidemiologista Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública.


Com o aumento da demanda, o SNS (Sistema Nacional de Saúde), o sistema público de saúde, está próximo do limite. Cirurgias e consultas não urgentes foram suspensas, hospitais de campanha foram inaugurados e profissionais de outras áreas foram mobilizados para o combate à Covid-19. Mesmo assim, a situação em várias regiões é crítica.


No maior hospital do país, o Santa Maria, em Lisboa, as filas de ambulâncias se tornaram constantes. Em outras unidades, como o Garcia de Orta, em Almada, a situação é semelhante.


Diante desse cenário, o governo português apelou à ajuda internacional de outros países da União Europeia. A cooperação entre os Estados-membros é prevista no projeto europeu e já ocorreu em vários países durante a pandemia.

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