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Autarca de Portimão vacinada como "condição necessária" para voluntariado
Notícias
Publicado em 01/02/2021

"Na data da abertura do CHUA ARENA todos os que exerciam funções foram vacinados, o mesmo tendo sido solicitado a Isilda Gomes na qualidade de voluntária do projeto Visitas Virtuais, tendo sido esta condição necessária para que pudesse exercer esta função", lê-se numa publicação do município numa rede social.

Segundo noticiou hoje o jornal Observador, a autarca "já recebeu as duas doses de vacina contra o SARS-CoV-2", a primeira "dois dias antes de o hospital de campanha começar a receber doentes", em 11 de janeiro e a segunda "três semanas depois, no dia 29 de janeiro", apesar de os autarcas "não estarem no primeiro grupo de prioritários".

Questionado hoje no Algarve sobre este caso pelos jornalistas, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, não quis comentar a vacinação da autarca do PS, recusando-se a falar sobre casos concretos.

"Não tenho nenhuma informação e nunca comentarei casos em concreto, até porque há casos com especificidades que eu posso desconhecer", afirmou, à margem de uma visita ao Hospital de Faro.

O governante advertiu, no entanto, que "todos os desvios à vacinação" são "inadmissíveis, sejam de "quem forem e onde forem", garantido "tolerância zero" a vacinações indevidas, que serão investigadas.

Ainda segundo o Observador, além da autarca, havia mais dois elementos da Proteção Civil a fazer a intermediação entre doentes e famílias ao abrigo do projeto Visitas Virtuais, no Portimão Arena, mas "nem um nem outro terão sido vacinados".

No entanto, refere a publicação, Isilda Gomes confirmou só ter sido ela vacinada "porque, no início, era a única voluntária daquele departamento".

PSD/Algarve já se insurgiu contra a vacinação da autarca socialista, que classificou como um "processo fraudulento" e "profundamente deplorável", numa altura em que idosos e profissionais de saúde da região "estão ainda muito longe de estarem todos vacinados".

Em comunicado, os sociais-democratas algarvios condenam o ato, que dizem ter sido praticado "às escondidas" e com a "conivência de agentes públicos, com altas responsabilidades".

PSD espera agora que a autarca "tenha a dignidade de assumir as consequências dos seus atos", instando o Governo a abrir "um inquérito para apuramento de todas as responsabilidades". 

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