O aperto nas fronteiras para evitar a transmissão do coronavírus fez crescer a venda de certificados falsos de teste negativo para Covid-19, anunciou a Europol (agência europeia de segurança).
A polícia já desmontou esquemas semelhantes na França, no Reino Unido, na Holanda, na Irlanda e na Espanha. O novo golpe se une a outros já divulgados pelas organizações de vigilância internacionais, como a venda de vacinas roubadas, a falsificação de vacinas e o contrabando ou falsificação de máscaras, desinfetantes e remédios.
Segundo a Europol, as quadrilhas usam aplicativos para personalizar os resultados falsos com os dados de cada passageiro, depois impressos em alta qualidade. A agência afirma que a máfia irlandesa conhecida como Rathkeale Rovers está por trás de várias dessas operações.
Com atuação global, a quadrilha da Irlanda está envolvida em crimes diversos, como golpes com veículos, materiais de construção, asfalto, móveis e até furtos e roubos de chifres de rinoceronte, segundo policiais.
"Enquanto as restrições de viagem permanecerem em vigor devido à situação da Covid-19, é altamente provável que a produção e as vendas de certificados de teste falsos prevaleçam", afirmou a Europol.
Um dos grupos de venda de testes funcionava dentro do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, e foi descoberto depois que um passageiro com destino à Etiópia apresentou um documento falso no check-in.
Ao menos sete pessoas participavam da venda dos atestados, por até 300 euros (quase R$ 2.000). Um teste verdadeiro de coronavírus pode custar um terço deste valor, se for feito ao menos 24 horas antes do embarque.
Testes rápidos, mais caros, ainda podem ser obtidos por menos que o certificado falso, mas precisam ser feitos com algumas horas de antecedência para garantir o resultado antes do check-in.
Na Espanha, os falsificadores foram descobertos depois que o diretor de um laboratório avisou à polícia que o nome de sua empresa estava sendo usado em certificados falsos, mas de alta qualidade.
Com o aparecimento de variantes do coronavírus mais contagiosas, a União Europeia restringiu viagens não essenciais e tornou obrigatória a apresentação de testes negativos para Covid-19 para todos os outros passageiros.
Quarentenas também são obrigatórias para quem chega de países com alta transmissão do patógeno, e vários países implantaram restrições adicionais.