Jerusalém: Rússia e Turquia reforçam apelos internacionais
12/05/2021 14:06 em Notícias

Os chefes de Estado russo e turco, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, respetivamente, mantiveram hoje uma conversa telefónica durante a qual "expressaram a (sua) profunda preocupação face aos combates em curso e ao aumento do número de mortos e de feridos", segundo referiu uma nota emitida pelo Kremlin (sede da Presidência russa).

O Kremlin acrescentou que os dois líderes concordaram em apelar "às partes para uma diminuição da escalada da tensão" verificada nos últimos dias entre o Estado hebreu e o Hamas, movimento islamista que controla a Faixa de Gaza (enclave palestiniano).

Putin mantém boas relações com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, com os líderes palestinianos e com Erdogan, que é um reconhecido defensor da causa palestiniana.

Também a Presidência turca emitiu uma nota sobre o telefonema entre Putin e Erdogan, tendo revelado, porém, e par dos apelos à contenção, que o líder turco também expressou uma posição mais dura em relação a Israel.

Durante a conversa, Erdogan "sublinhou a necessidade de a comunidade internacional dar uma lição firme e dissuasiva a Israel", de acordo com o comunicado emitido por Ancara.

O governante turco denunciou igualmente "os ataques descarados contra a mesquita Al-Aqsa [em Jerusalém e o terceiro local mais sagrado para o Islão] e contra os palestinianos".

Ancara informou ainda que o chefe de Estado turco também "sublinhou a necessidade de trabalhar na ideia de enviar uma força de proteção internacional para a zona para proteger os civis palestinianos".

A conversa entre Erdogan e Putin teve como pano de fundo o recente agravamento do clima de tensão no conflito israelo-palestiniano e os confrontos que já fizeram nos últimos dias mais de 40 mortos (incluindo mais de uma dezenas de crianças) na Faixa de Gaza, bombardeada pelas forças israelitas, e em Israel, cujo território tem sido alvo de múltiplos 'rockets' lançados pelo Hamas.

Os ataques aéreos e o disparo de 'rockets' foram precedidos de confrontos entre palestinianos e as forças de segurança israelitas em Jerusalém Oriental, sobretudo na Esplanada das Mesquitas, local sagrado para muçulmanos e judeus.

O Conselho de Segurança da ONU (o órgão máximo das Nações Unidas devido à sua capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo) deve reunir-se hoje de emergência para abordar novamente este assunto, depois de ter falhado na segunda-feira um consenso para uma declaração conjunta.

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